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Mostrando postagens de abril, 2011

Sopro de vida

Vem vida, me beijar a face Quero dar a outra para a redescoberta Inspirar o perfume seguro das avós, Sentir o colo quente do meu filho O abraço forte de um amigo O sorriso ingênuo do Bom passeio Quero ouvir a música Um Quarto de tula por favor Dançar até pingar E rezar em silêncio pelo céu azul que bate na janela de manhã E pelo temporal, para que não faça barulho Um bom filme Um bom livro Uma boa história, Austrália Dona chefa, partirei dessa terra nova e seca e sofrida Mas levarei boas lembranças Um case, um causo. Aplausos, o show acabou. Como será o próximo espetáculo, o cenário, as roupas? O enredo... O enredo a Deus pertence. Hoje é dia de limpar o palco e as coxias.

O caminho de volta

São x quilômetros para se deslocar. Os preparativos para deixar a casa em ordem. As contas pagas (na medida do possível), a roupa limpa. São trechos e trechos de caminho. Pessoas, carros, fechadas, pequis, estradas. Espinhos... Amigos, suspiros, cheiros e risos. E agora, a volta. Vou ser 2x. Na verdade 2X². É mais que a vinda e depois a volta. Tem os grilhões que venci, ou achei que venci. As lutas internas que travei. Meus desapegos que se tornaram real afeto. Eu não sou aquela, nem a aquela outra, mas ainda sou eu. Me deparo agora com um espaço imenso a ser preenchido. Coisas para fazer, casa para arrumar. Minha casa esteve fechada e agora tenho que reformá-la, para acolher minha nova vida. Simples e clara. Cada coisa no seu lugar a partir de agora. Na ordem certa, no tempo certo. Assim será. Assim estou. O caminho de volta na verdade, é o caminho em diante.

Prece a quem já foi

És responsável por tudo que cativas? Nunca te cativei. Me deixei ser cativada. Erro crasso, grave. Nunca vai conhecer minha alma, meu melhor, meu mais, porque não dá. Por que não vê e se vê, nem liga, nem nota. E eu não quero vazio. Quero pequenos amigos, grandes cúmplices, para dizer sem falar, para sorrir pela vida, para vibrar em conjunto. E você? Você é equilíbrio dentro do seu quadrado, e eu, eu não tenho forma angular. Sou redonda. Não me ajusto. Mas tudo bem. Que se ache suas peças e que se encontrem seus cativos. Que as quinas se encaixem e que eu voe por tudo isso. A mim não cabe mais. Nunca coube. Me desculpe se te fiz parecer que sim. É que eu queria. Eu quis fazer as quinas, mas não dá. É minha natureza, é sua existência. Sorte, sorte, sorte. Vai dar tudo certo. Não sou aquela que brilharia no meio de todas e não és para mim. Estou vazia e você sedento. Sou mãe e você solteiro. Sou mulher e você menino. Sou anciã e você juventude. Sou barulho e você

O tempo que transforma o amor em quase nada, disse o Roberto.

Preciso de um spa de alma. Emagrecer as lembranças e fortalecer os músculos emocionais que fazem nosso pé mirar no meio da jaca e a nossa consciência fermentar os fatos. Estou exausta. Não quero mais a dor. Se ela for o preço da alegria devo me acostumar à monotonia. Odeio dúvida. Pequenos sinais dizem e a gente ignora. Pequenos sinais avisam e apontam o dedo pra cara da alma. Mas temos fé, vontade de acertar. Insistimos. Queremos. Cheguei até aqui. Mas isso não basta. Há muito, muito mais e desse muito, eu sei muito pouco ainda. Por que dessa vocação não sei, mas de certo há um motivo. Então me cabe apenas aceitar. Finalmente aceitar. Sem esconder, sem omitir. Agradecendo por tudo e sem olhar para trás. Essa foi minha vida. Daqui para frente, serenidade e paz. Alegria nos pequenos detalhes e no amor que realmente tenho e é ninho e é fato. Volto para casa diferente. Certamente que sim, deixo para trás um sonho, a promessa de um amor e um amigo, espero.