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Mostrando postagens de dezembro 1, 2015

SE A DOR PARAR DE DOER, PERDEREMOS NOSSA HUMANIDADE

Sou branca, filha da classe média. Meus avós maternos são campineiros e os paternos mineiros. Meu pai não mamou no peito. Só chazinho. Minha avó teve filhos em série, não tinha peito pra todo mundo. Meu avô materno chegou a ter 5 empregos. Estudei numa das melhores escolas de Campinas na época, porque meus pais entendiam que isso era a melhor herança para um filho. Não tenho carrão, moro de aluguel. Meu pai só frequentou o grupo escolar na fazenda, mas fala francês fluente porque seu trabalho exigia. Eu mal falo inglês. A cultura não foi muito contextualizada na minha vida. Fui aprendendo de curiosa e com o tempo as coisas ganharam sentido. Hoje agradeço a tudo, principalmente porque não esqueci quem sou. Minha avó materna era quase negra, meu avô paterno também. E eu já sofri preconceito por ser branca, por ser mulher, e por não ser “feia”. "Você está mais para modelo do que para jornalista", sim eu ouvi isso trabalhando num sindicato. “Você tinha cara de patricinha”, me al