Começo colocando a foto do céu, porque isso sim, é uma coisa de emocinar no Planalto Central. Cada dia é um show a parte. E graças a Deus, não foi o Niemeyer quem projetou o céu daqui, nem o Lucio Costa que decidiu que seria assim. É vocação. É Deus dizendo: não se desespere. Na falta de esquinas, calçadas e informação, olhe para cá! Andando assim, nesse vazio imenso, nesse elefante branco sem alma, sinto um único medo: de me acostumar. Me acostumar com essa cidade que não nasceu para fazer gente viver feliz. Parei no ponto errado porque o cobrador desatencioso me indicou que eu deveria descer ali e descendo, vi que estava muito longe do meu destino. Chovia. Começou ali, naquela hora. O sinal fechou. No canteiro central não avistava o semáforo para atravessar a outra pista. Eu tentava equilibrar meu livro embaixo do guarda-chuva que já se mostrava impotente debaixo do toró e sem graça, minha umbrella via meu tamanco rosa encharcar a cada segundo. Logo ele. A bola