Sinto cheiro de pó, muito pó. O pó é como a barata. Não é o pó que atormenta. É o que ele nos remete. Terra é terra. Pó é pó. Terra é vida e pó, poeira. Terra é berço. Pó é jazido. O que incomoda é o que ele nos faz lembrar. Espirramos o medo da estagnação e tossimos a repulsa pelo esquecimento. A fuligem vai marcando o caminho e eu começo a perceber para onde me leva. Imagino quanta tralha deve ter nesse lugar. Medo? Sim, um pouco. Do que vou encontrar. Mas não desanimo, apenas preparo o espírito e sigo. Sabe-se lá há quanto tempo deposito coisas nesse quarto. Ou será um bairro inteiro. Me parece pequeno, relativamente. Ou sufocante. Se é que me entende. Semi- iluminado agora, que frestas começam a se romper. O que sobrará de mim depois de vê-lo por dentro? E dos outros? O meu Show. Será que são figurantes? Será que sou figurante alheia? Realidade relativa. Quem é aquele? E esse? Irônico. Tantas vezes isso: hoje, tud