Cheguei a essa conclusão Me tornei tão hábil em compreender o momento do outro que, nos meus relacionamentos, deixava que as pessoas se achegassem e se achegassem e eu, como a água, aderia. Em momento algum eu deixava de ser eu. Minha consciência estava presente a todo momento, em todas as concessões e desenvolvi a habilidade de fazê-las espontaneamente. Porque é assim que sei ser. De tal forma que eu, um dia, me tornava invisível. E me tornando, partia em busca de minha forma original que nunca era a mesma de antes. E daí, somente aí a outra parte do que nos tornávamos sentia a minha falta como a de um braço, uma perna, um dedo. Até parece que é amor, mas nunca foi. Talvez um tipo de dependência da minha presença materna, feminina, protetora e de certa forma alegre. Talvez por isso nunca me senti bela. Na minha consciência, se eu o fosse, talvez me amassem assim, de qualquer jeito, apenas por eu exisitr. Mas não, não sou esse tipo de pessoa