Campinas me pariu. Brasília me viu, me enxergou. Faz um ano hoje. Mala e cuia. Sem saber o que encontraria. Faz 365 dias que cheguei. Sim, eu parti, mas cheguei faz tempo. Quem parte, olha para trás, quem chega, vê o futuro. Tudo tão diferente. Me espelhei em muitas, me desdobrei, me recriei. Me abandonei para depois me achar e descobri que nunca mais serei de verdades. Serei de momentos. Esse que a gente pega nas mãos, mastiga e cospe o caroço. Verdades são swarovski e momento é osso. O momento quebra e cola, a verdade estraçalha. Vim com algumas verdades, elas quebraram e me cortaram. 365 para me encontrar com a liberdade. Com minha chave de fenda, meu varal e minha térmica barata. E meu mundo, de novo. Com dezoito, meu quarto. Com 34 meu teto. E como tudo tem um preço, são trezentas noites sem colocar Dimitri na cama. Sem dar beijinho, sem mandar tomar banho e lavar as orelhas. Trezentos dias sem a briguinha cotidiana. São 365 dias só de amor. Só de saudade e boas lembranças. O pei