Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho 24, 2012

Sertão

Um dia caminhei nele Eram dias longos e secos De uma paisagem onde nada se avistava Tinha Sol, então tinha beleza Mas dureza de boniteza Tinha vida resistindo, galhos se contorcendo para rasgar o céu Eu sabia que tinha que chegar Mas não sabia onde Era preciso avançar Vivi a seca dos sentimentos A escassez dos quereres Seguia sobrevivendo A paisagem sempre tão ríspida não acenava respostas Mas estavam todas ali Hoje eu sei Era tanto vazio, e tanta beleza Que eu seguia por intuição Com os pés rachados A pele sangrando E a alma perdida O chão que queimava também estimulava os pés cansados No sertão, o sofrimento é paisagem E a seca, realidade. A incerteza o presente. Não há umidade.  Não existe sutileza Tudo é terra e fogo. E ar.  E caminhei tanto tempo que não sabia que existia a chuva e o verde Tanto tanto que meus olhos secos nem notaram a vegetação quando cheguei Lá Percebi algo diferente Uma brisa fresca, um  novo tom que agredia meus olhos E a alma sorriu faceira Ela sabia