Queria ter trombado o Drumond no mercado, na padaria, no balcão, para que de sobressalto, em alguma piadinha interna pudesse notar seu brilho. Ou queria ser a menina do xérox que poderia ter convivido de leve, mas periodicamente com seu universo, que na verdade virou seu legado e nosso patrimônio. Poetas. Inconformados a jogar poética na lama e na compostagem. Acho que todo poeta é um incomodado que não consegue calar. Se o mundo fosse um bocado melhor, um bocado mais justo, penso que os poetas seriam pessoas comuns a sorrir, passear e se divertir. Acho que seriam pintores ou escultores a imprimir a poética nas formas e cores. O poeta se incomoda com a mania dos burocratas de sujar o rosa de seus mundos. Isso mata o poeta e ao mesmo tempo o fortalece. Um poema, nada mais é do que um desejo afoito de harmonia plena. O que é afinal um amor não correspondido senão um caos energético daquele que ama sozinho? Miséria, injustiça, perjúrio são estímulos poéticos par