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Mostrando postagens de julho, 2011

Campinas, eu, Brasília e uma dose de redenção.

Demorei tanto para colocar no papel... Não foi em tempo real. Estava devendo essa retratação. E faz um tempo já. Desde que comecei a metamorfozear aqui, em Brasília, a cidade que disse e escrevi que não iria gostar. Hoje você faz anos, então vou aproveitar e te contar. Minha doce terra. Nem sempre tão doce, mas mãe é mãe. Foi severa com os negros. Um dos berços da aristocracia cafeeira, testemunha ocular dos anos de ouro das linhas férreas, e da falta de sensibilidade com o ilustre filho Carlos. Pátria do primeiro time, mas não do primeiro campeão. (brincadeira!) Terra amada e querida, mas, como uma filha íntima e amiga, que tardiamente saíu de casa, reconheço seus desafios. Alimentou algozes e rapinas e agora, terá que se desfazer disso. Tudo vai passar. Mude mesmo a vocação. Tire o bigode e a cartola. Vista algo mais simples Campinas, mais cool. Os tempos mudaram. Até a Treze mudou. Nas fotos do V8, era tudo aquilo, chapéu, floreiras, ordem no calçadão. Charme holywoodyano. Hoje, a

Pensei que ía, mas não fui. Você me laçou

Brasília Minha natureza me presenteou com dose de senso crítico. Quase sempre isso não é bom. Seria se eu tivesse também a sabedoria de entender, que o processo é lento e até mesmo nas coisas mais óbvias, regadas de certeza e razão, há que se crer no futuro, porque na verdade mesmo, pouco está em nossas mãos. Existe a vontade coletiva, a vontade individual e a guerra entre as duas e quem prevalece até este momento evolutivo não é a coletiva. Talvez a gente nem saiba pensar coletivamente. Mas junto com o pensamento crítico, a natureza me dotou também de uma capacidade de gostar de tudo que também nem sempre é bom. Você, que se pintou como um quadro belo e embolorado, hoje está mais para um gigante grande desdentado e ferido em busca de socorro, de amor. E aqui estou eu, me apaixonando pela sua natureza rude, de árvores que me chamaram a atenção por serem nanicas e contorcidas e agora, dois meses depois, pelo perfume inconfundível, pela quantidade de mini pássaros que se abrigam na s

Pede, que o universo responde

Pedi vida e ela apareceu. Minha casa se encheu de formigas, em 24 horas. Imediatamente depois da faxina intensa. Dizem que é sinal de mudança. Será? Eu sei que a vida quer entrar. Pelas formigas que dão uma volta imensa, desde lá da sala e vão pela parede até a cozinha, fazendo uma decoração que se movimenta. Uma faixinha andante e delicada. Quase reta. E a vida também quer entrar no meu coração, mas tenho medo ainda. Me pelo toda. Medo de ceder como sempre cedi. Medo de tirar meus móveis para alguém estranho preencher a sala. E se não for estranho? Se não for, talvez esse sofá e essa estante sejam dele. E eu nem vi entrar? Como as formigas. Será que elas estavam lá na forma de vida e eu que não via? Ainda tenho medo. Alguém me disse ser mais romântico que eu. E aquilo me convenceu de certa forma. Fiquei pensando quando foi que eu comecei a perder no romantismo para alguém e acho que entendi. Meu romantismo não é explícito, de muita presença f

Vai vida

Me surpreenda Me pegue nos braços e vende meus olhos E me leve para lá Estou disposta a esperar a hora certa Mas sinto saudades Uma vez eu disse que a alegria era essencial Está difícil assim Mas vou respirar e resistir Tenho material para suprir esse tempo Mas está acabando Já vi todas as fotos Já revi todas as piadas Já esgotei as minhas soluções Agora aguardo Que se acabe esse período de restrição inócua Quero andar de novo e correr Três piruetas pra começar Quero rir de novo Tenho medo de nunca mais Nos próximos 40 anos sentir alegria Onde será que estou Algum beco de transição? Já disse uma vez que o mau não me surpreende Até pode chocar Mas o belo O lindo E o amável, esse sim, me desperta! Faz tempo que não acordo Tinha um porco morto no jornal E um vice com a língua de fora Se lambuzando Tinha dor e abandono Tinha cólera Quero um jo