Pular para o conteúdo principal

Carta de amor a vida


Caraca! - Eu disse. - É aquela música do Elton (John ).



A música: My father’s gun


Do filme: Tudo acontece em Elizabeth Town. Um dos meus preferidos. Dos mais mesmo.


Simplesmente o cara passa oito anos sem ver o pai e quando toca essa música o pai está viajando no banco do motorista, ao seu lado. Cremado, dentro de uma urna.


E depois de longos oito anos eles dialogam. E recordam os bons momentos, as viagens do passado juntos, as cenas inesquecíveis. Ele, Orlando Blun e seu pai, moribundun.


E essa música, aliás, esse filme todo me faz sentir vontade de berrar. Sair por aí, sorrindo e olhando paras as coisas que nos acolhem pra dentro desse mundo mais estranho que a ficção. O Ypê rosa da esquina, o Sr. Poliglota que logo pela manhã se arruma e sai pelo bairro, cumprimentando a todos e perguntando de onde a pessoa é. Todos os dias ele faz tudo igual. É como se fosse um relógio do tempo. Um dia, quando ele perguntar se minha família veio da Itália (como sempre faz), vou dizer que veio de Vênus. E se ele começar a falar um dialeto estranho? Vai ser irado!!! O Sr. Carlos é chamado lá em casa carinhosamente de “Bom passeio”. Ele é o funcionário autônomo mais caxias que conheço! Pra quem ele trabalha? Pra ele mesmo! Todo mundo no Guanabara já ouviu o inesquecível “Bom Passeio!” do Sr. Carlos. Ele é uma máquina de cumprimentar! Ele não se dá conta, mas é tão maravilhoso acordar, sair para pegar o jornal e ouvir ele lá longe falando para os carros que passam: Bom passeio! Como se a vida fosse um eterno domingo!


Mas essa música me faz pensar em tudo que já foi, em tudo que é e que um dia será. E como tudo é, foi e será tão diferente para cada ser humano. Todos sentindo, mas alguns bebendo a vida aos goles, enquanto outros engasgam a vida virando de uma vez só. E outros até chegam a arrotar, se refestelando em sensações intensas, incapazes de ser digerida.


E como isso tudo é doido.


A mesma pessoa pode ser amada por um, odiada por outro e ser ninguém para uma terceira. Deus, que loucura! O GRANDE roteirista. Não questiono, mas observando daqui de pertinho, é muito doido HONEY.


Só o que posso dizer é que falei, falei e nada disse. Mas é que essa música....só ouvindo. Esse baixo que te põe pra cima, pra um lugar onde se vê nada, mas se compreende tudo. Vale a pena se permitir.

http://www.youtube.com/watch?v=_9DVPiHMuDYE pra encerrar ouvindo a mesma música pela décima vez (mal de família), eu digo: Sr. Pemita que os iguais se reconheçam, que os diferentes se respeitem e que os indecisos passem despercebidos.


Amém!


Definição de intenso: pra alguns, quem causa ou gosta de causar. Para mim: aquele que é, sabe que é e gosta do que é.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pequi. Ou seria um ouriço? Os Deuses gostam de espinho.

Tão comum na Planalto Central, região de cerrado, seu nome significa “fruta dos deuses” . Por todo lado existe algo de pequi. Isso, eu até sabia. Já havia sido alertada por especialistas. Lá na Vila Industrial, em Campinas, onde fica a editora que eu trabalhava tem a pastelaria do Japa, em frente ao mercadinho da Vila e eles servem pimenta com pequi. Desde a primeira vez fiquei apaixonada pelo sabor. Tem mais hot e mais suave. Mas até aí, era ele lá e eu aqui. Separados por um vidro com liquido dentro. Meus colegas especializados na frutinha porém, me perguntaram se eu conhecia pequi. Eu disse que sim, sem prever o que estaria por vir e ainda reafirmei que na pimenta era uma delícia, o trem. Calda Novas. Na viagem de ida para Brasília paramos em Caldas Novas. O paraíso de crianças e pessoas da melhor idade. Desde que engravidei sempre quis levar o Dimi lá. Nem sei porque, mas tenho essa idéia fixa. Em Fernando de Noronha também. Entramos para conhecer um clube de águas

Status

Parte de mim é amor e a outra é ilusão. O exercício de viver é alargar as margens da primeira até que a outra simplesmente vire a uma. Tem dias que somos mais a primeira, tem dias que estamos na fronteira. Tem dias que somos pura beira. Não cobro e não ligo, olho pro lado e digo: nem vem, que eu sei voltar pra lá. É uma maré que sobe e desce, movida pelos sentimentos que são movidos pelos pensamentos. Já fui tsunami, já fui lagoa, fá fui até sertão, mas eu sei, é tudo condição. É passageiro. Eu sou passageiro, e também o mar, e também o chão. Ah essa Tao evolução, que cresce dentro da desconstrução. Esse tudo que busca se preencher de nada. Essa divisão que nos insiste, condição de alma triste, de um ego que se alimenta e se maquia de presente. E a união ali latente, aguarda soberana o fundir do último átomo, o ruir da última ilusão. Metade de mim é vida, a outra metade é desconstrução. 

A BELEZA E A DUALIDADE DE TUDO

Hoje no finalzinho da tarde reservei uns minutos para o silêncio, a contemplação e a observação da natureza. Na verdade levei um livro pra passear, mas sem culpa. Chegando ao local, o Sol estava tão acolhedor, com um sorrisinho de lado porque nos fez pensar que ele não viria. O céu azul, com nuvens em camadas de diferentes tons formava um mosaico fofo d e texturas diversas que inspiravam a imaginação a pensar que a diferença de altura entre elas era enorme. Pensei em deixar o celular em casa, mas precisava dele para saber a hora de fechar o parque. Sendo assim, diante de um espetáculo de andorinhas, garças e em posse de uma câmera, nem pensei. Deitada esperando meu corpo secar de um mergulho coloquei a o celular a postos para traduzir um tico do espetáculo que meus olhos presenciavam. As andorinhas são um capítulo a parte. De uma delicadeza, precisão, perspicácia e agilidade de dar inveja. Tão delicadamente dando rasantes e plainando por entre os prédios como uma rota de di