Hoje eu saí. Conheci um monte de gente como eu.
Gente que pelo menos já foi como eu: forasteira
Eu vi Minas, São Paulo, Jundiaí. Tudo ali.
Gente boa que passa para lá e para cá. Que trabalha, que carrega seus princípios, suas sementes.
Também vi gente esquecida. Fazia tempo que não via. Um garoto deitado com uma coberta de patchwork devorando um pastel.
O moço do ônibus me acompanhou da Asa Sul até o Conjunto Nacional. Passamos pelo ortocentro de Brasília. E como todo centro acolhe os esquecidos, eu vi uma gente.
Gente nos cantinhos, gente jogada, nos montinhos, aos poucos distribuídas no meio e nos cantos do centro.
Passado “o perigo”, ele seguiu em frente, o Gil, e eu fui buscar minhas fotos. Fui para o eixão buscar umas fotos até a majestosa, nos Três poderes.
Segui vendo mais gente.
O tal Neto me laçou e me mostrou as flores do Cerrado. Eram muitas. Ele ali, fazia delas as musas do caminho, bem em frente à Catedral. (Aquela que não me “pegou” pra valer).
Continuei. Queria ver a verdona.
O tempo nublado, indeciso, se rendia ao céu de Brasília que aos poucos se impunha charmoso sobre o cinza.
Choveu muito, não sabia se conseguiria minhas fotos.
Alfazema no caminho. Perfume lilás, em frente ao CO2.
Jardins exóticos.
Senado Federal. Quinta-feira. Plantação de carros. Tirei eles das fotos. Carros a gente vê aqui e ali. Deixa as conchas, deixa as torres. E o céu.
Eu queria mesmo Os três poderes. Sempre em frente. Como? Não se pode atravessar! Espero. Esperamos. Esperam todos. Turistas vendo o poder dos carros cruzando e o nosso minando. Espera.
Atravessei. Atravessamos. Atravessaram.
O céu se abriu e o Sol mostrou sua cabeleira. Um brinde! Eu cheguei!
Mas uma vez, diante dos cem metros da majestosa minha alma inspirou. O Sol se abriu por completo. Riu descoberto daquele momento íntimo e público, onde cada um sente o que sente, mas ninguém sai intocado.
À cabeça de JK, um clique.
À majestosa, todos os cliques.
Aos candangos, minha tentativa de mensurar suas pernas longas. E aí, uma gente amiga me auxiliou de pronto e clicou. Se dois candangos são melhores do que um, dois fotógrafos nesse caso, também. Ômar clicou. Eu posei e segui.
Consegui. Com pedaços do eixo, segui para casa. E conheci mais um pouco de gente. Gente que sorri, que divide, que auxilia.
Também fazia tempo que não via.
Que bom conhecer uma gente. Ainda bem que o Brasil invadiu Brasília.
Que o calor esquentou o concreto. Que o amor ao próximo chegou mais perto e segurou a mochila, indicou o melhor caminho, superou a ausência de esquinas.
Que bom que o Brasil invadiu Brasília.
Gente que pelo menos já foi como eu: forasteira
Eu vi Minas, São Paulo, Jundiaí. Tudo ali.
Gente boa que passa para lá e para cá. Que trabalha, que carrega seus princípios, suas sementes.
Também vi gente esquecida. Fazia tempo que não via. Um garoto deitado com uma coberta de patchwork devorando um pastel.
O moço do ônibus me acompanhou da Asa Sul até o Conjunto Nacional. Passamos pelo ortocentro de Brasília. E como todo centro acolhe os esquecidos, eu vi uma gente.
Gente nos cantinhos, gente jogada, nos montinhos, aos poucos distribuídas no meio e nos cantos do centro.
Passado “o perigo”, ele seguiu em frente, o Gil, e eu fui buscar minhas fotos. Fui para o eixão buscar umas fotos até a majestosa, nos Três poderes.
Segui vendo mais gente.
O tal Neto me laçou e me mostrou as flores do Cerrado. Eram muitas. Ele ali, fazia delas as musas do caminho, bem em frente à Catedral. (Aquela que não me “pegou” pra valer).
Continuei. Queria ver a verdona.
O tempo nublado, indeciso, se rendia ao céu de Brasília que aos poucos se impunha charmoso sobre o cinza.
Choveu muito, não sabia se conseguiria minhas fotos.
Alfazema no caminho. Perfume lilás, em frente ao CO2.
Jardins exóticos.
Senado Federal. Quinta-feira. Plantação de carros. Tirei eles das fotos. Carros a gente vê aqui e ali. Deixa as conchas, deixa as torres. E o céu.
Eu queria mesmo Os três poderes. Sempre em frente. Como? Não se pode atravessar! Espero. Esperamos. Esperam todos. Turistas vendo o poder dos carros cruzando e o nosso minando. Espera.
Atravessei. Atravessamos. Atravessaram.
O céu se abriu e o Sol mostrou sua cabeleira. Um brinde! Eu cheguei!
Mas uma vez, diante dos cem metros da majestosa minha alma inspirou. O Sol se abriu por completo. Riu descoberto daquele momento íntimo e público, onde cada um sente o que sente, mas ninguém sai intocado.
À cabeça de JK, um clique.
À majestosa, todos os cliques.
Aos candangos, minha tentativa de mensurar suas pernas longas. E aí, uma gente amiga me auxiliou de pronto e clicou. Se dois candangos são melhores do que um, dois fotógrafos nesse caso, também. Ômar clicou. Eu posei e segui.
Consegui. Com pedaços do eixo, segui para casa. E conheci mais um pouco de gente. Gente que sorri, que divide, que auxilia.
Também fazia tempo que não via.
Que bom conhecer uma gente. Ainda bem que o Brasil invadiu Brasília.
Que o calor esquentou o concreto. Que o amor ao próximo chegou mais perto e segurou a mochila, indicou o melhor caminho, superou a ausência de esquinas.
Que bom que o Brasil invadiu Brasília.
Comentários
Alexandra,
No meu entender, Dois Candangos simboliza a natureza integral e coletiva dos que constróem.
Têm sim dois olhos cada, mas enquanto um foca passado e futuro outro repara mais o hoje e o agora.
Dois pares de pernas são guiados pelo abraço que sustenta o congraçamento interno, a verdadeira união dos seres, espirito e alma são revelados pela forma do vão que não se vê, e o abraço ainda equilibra o trabalho individual.
Dois Candangos é simbólico, e a beleza simbólica é a completitude. Fora dela, tudo é mais ou menos feio. Seus detalhes são feios como incompletos somos todos nós, a sós.
Cabeças pequenas como o uso que individualmente lhes damos. Ainda não somos capazes de entender plenamente nem a nós mesmos, imagine o que nos rodeia. E por falar em cabeças, é só o que de JK precisou por nela residir a razão que também pode enxergar o belo conjunto dos pequenos feios que somos, cujo sentimento, espírito e alma são revelados pela forma do vão que não se vê, mas se sente! Olha admirado a Obra dos que Obram pela Obra!
No dia seguinte, uma Candanga deixou ali suas sandálias e sentiu a realidade com pés nus. Não sei se posou ou se sorriu, mas certamente, agora dos pés descalços, seguiu!
Finalmente, ela me "pegou" prá valer. Não a festejada de concreto, mas a violeta de sinceridade, dignidade, prosperidade e respeito em homenagem a Dom Bosco.
Coisas de gente do interior, ou vice-versa!
Ômar.
16, 17 e 22/12/2010.