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Fêmea


Sou fêmea



Efêmera insustentável


Para quem o encantar não é praxe


Sou fêmea em brasa


Aguardando o coração quente


E a alma leve


Molha-me os lábios


O olhar que cortou meu silêncio


E me trouxe de volta ao meu gênero


Sou fêmea


Sou efêmera na capacidade de te achar interessante


Mas achando


Vou molhar teus lábios e esquentar teu corpo


Entre minhas pernas


Entre o seu sono


Vou lamber seu ego


Vou velar teu sono


Afagar-te os pêlos


Embalar teu colo


Transformar seus hormônios


Em suor ergonômico


Vou brincar de um


Vamos ser homônimos


Sou fêmea


Sou efêmera


Sou terna


Sou fraterna


Sou tudo, sou nada


Mas consistente que sou


Devo ser tomada para si


E você para mim


Te espero


Como eu quero


Eu levo você comigo


Mesmo sem saber


Um dia te conto


Te dispo


Te digo


Ao pé da orelha


Te mostro


Revelo


Meu elo


Contigo


Sou fêmea


Sou efêmera na constância de avançar


E ser


Mulher

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