Pular para o conteúdo principal

A GINÁSTICA DO AMOR - 2008

Começa bem cedo



Quando não queremos que nosso pai nade no fundo do mar para não ser comido pelo tubarão


Quando sentamos ao lado de nosso avô sem falar uma palavra e sentimos a segurança do mundo ali


Quando olhamos para os amigos na nossa festinha surpresa e vemos a alegria nos olhos de cada um por terem lhe pregado uma peça


Quando gritamos “We Are The Champions” na formatura abraçados com aquelas pessoas que se tornaram nossa nova família


Quando acabamos um relacionamento amoroso e olhamos para as ex-sogras, as ex-avós, as ex-tias e choramos muito porque aprendemos a amá-los como se fossem nossos, e são


Quando temos que mudar de planos e mesmo assim olhamos com carinho para quem fazia parte deles


Quando olhamos para o um amigo sofrendo e mesmo querendo falar um milhão de coisas corremos na sua direção e o apertamos bem forte contra o peito


Quando sentimos que a vida jamais tivera tanto valor porque agora carregamos uma vida no ventre


Quando “a vida” sai do ventre, declaramos amor eterno para aquele desconhecido


E daríamos a vida por ele, aquele estranho mais lindo do mundo


Quando vemos que aquilo que só servia para preencher biquínis e o imaginário masculino agora alimenta a vida - somos mais fundamentais do que imaginamos


Quando olhamos para nossos pais e temos uma vontade louca de pular na frente deles e dizer: eu te entendo, eu te amo, eu te venero, eu te agradeço...eu te protejo


Mesmo tentando ser diferentes em boa parte dos aspectos que aprendemos com os velhos


Quando vemos “a vida” criar a própria personalidade e sacamos que há algum tempo não é mais ela quem depende de você, que os papéis se inverteram e que aquela criatura está nos nossos ossos, no nosso plasma, na nossa alma, no mundo ao redor


Quando olhamos nos olhos de alguém


E descobrimos que procuramos por eles a vida toda


E quando eles se cruzam, o silêncio é tão grande que parece que o mundo inteiro ouve


E somos contaminados


Por uma capacidade antes inimaginável de amar


E olhamos para os lados e vemos que o mundo sempre esteve ali e o céu é incrivelmente azul


E percebemos que é tarde de mais pra permitir outra coisa no coração


E nos apaixonamos por tudo


Por todos


Ainda com diferenças e intensidades


Mas com potencial crescente


E olhamos para os colegas no meio do expediente


Num dia qualquer


E agradecemos a Deus por cada um fazer parte de nossas vidas


E nos sentimos presenteados


Privilegiados


E incrível, incrivelmente


Apaixonados


E entendemos a beleza da idade


Que nos transforma em atletas do amor


Não aquele amor dos 27 anos


Que também é bom,


Mas solitário


Porque hoje, temos o mundo e ele nos tem


E nossa capacidade cardiovascular de amar se torna espetacular


E todo conhecimento do mundo


Todas as respostas


Todas as amostras


Ainda nos fazem sorrir e chorar


Importam, confortam


E até interagimos


E sofremos


Ainda enraivecemos


Esquecemos o compromisso


Mas e daí?


Nó amamos


Apenas isso


E sorrimos


Profundo, pro mundo


Pra tudo


Somos atletas,


Somos amantes


De braços abertos


Com sangue nas veias


Com amor na carne


Com amor na alma


Apenas isso

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pequi. Ou seria um ouriço? Os Deuses gostam de espinho.

Tão comum na Planalto Central, região de cerrado, seu nome significa “fruta dos deuses” . Por todo lado existe algo de pequi. Isso, eu até sabia. Já havia sido alertada por especialistas. Lá na Vila Industrial, em Campinas, onde fica a editora que eu trabalhava tem a pastelaria do Japa, em frente ao mercadinho da Vila e eles servem pimenta com pequi. Desde a primeira vez fiquei apaixonada pelo sabor. Tem mais hot e mais suave. Mas até aí, era ele lá e eu aqui. Separados por um vidro com liquido dentro. Meus colegas especializados na frutinha porém, me perguntaram se eu conhecia pequi. Eu disse que sim, sem prever o que estaria por vir e ainda reafirmei que na pimenta era uma delícia, o trem. Calda Novas. Na viagem de ida para Brasília paramos em Caldas Novas. O paraíso de crianças e pessoas da melhor idade. Desde que engravidei sempre quis levar o Dimi lá. Nem sei porque, mas tenho essa idéia fixa. Em Fernando de Noronha também. Entramos para conhecer um clube de águas

Status

Parte de mim é amor e a outra é ilusão. O exercício de viver é alargar as margens da primeira até que a outra simplesmente vire a uma. Tem dias que somos mais a primeira, tem dias que estamos na fronteira. Tem dias que somos pura beira. Não cobro e não ligo, olho pro lado e digo: nem vem, que eu sei voltar pra lá. É uma maré que sobe e desce, movida pelos sentimentos que são movidos pelos pensamentos. Já fui tsunami, já fui lagoa, fá fui até sertão, mas eu sei, é tudo condição. É passageiro. Eu sou passageiro, e também o mar, e também o chão. Ah essa Tao evolução, que cresce dentro da desconstrução. Esse tudo que busca se preencher de nada. Essa divisão que nos insiste, condição de alma triste, de um ego que se alimenta e se maquia de presente. E a união ali latente, aguarda soberana o fundir do último átomo, o ruir da última ilusão. Metade de mim é vida, a outra metade é desconstrução. 

QUE AS BOAS SEMENTES ENCONTREM O SOLO FÉRTIL

O sentimento que eu fico dessa eleição é que começamos sim a plantar algo diferente. O nosso projeto é ousado, exige destreza administrativa, habilidade em gestão pública, conhecimento de cidade. Tudo que o nosso candidato tem. Não é demagogia. Não precisa muito tempo pra entender isso. Dez, quinze minutos de conversa e você já saca.   Achávamos que nosso maior desafio seria o desconhecimento. Tonetti não é o cara de boteco, não é pastor, não frequenta enterro, não é demagogo. É um rapaz de técnica e de prática. Focado. Tem projetos. *nada contra botecos J Tonetti foi pra todo canto, mesmo com os ataques da oposição e sua velha política, seguíamos em frente. Tonetti aqui, Tonetti lá. Os ataques infundados se espalhavam pela cidade com o aval de veículos de comunicação a serviço do patrão e a nós restava continuar. Rodas de Conversa na pré-campanha e depois a mobilização nas ruas. Cada um era um semeador de ideias. Pouco a pouco, a sua aura, ainda construída pelo imaginár