Pular para o conteúdo principal

Solitude



Quanta saudade



Que gostoso ter com você


Vou contar aquela piada que ninguém ri, mas eu gosto e vou gargalhar. E bem alto.


Vou dizer dos meus amores, romantismo vão, tão caretas, mas tão meus.


Fidelidade com meus sentimentos. Onde posso assumir tudo sem nada em troca.


Onde a minha verdade não é meia, mas sentimento.


Estou louca para encontrar comigo. Com meu melhor. Aquilo que a gente só começa mostrar depois de dez anos de convivência. Aquilo que se revela aos poucos para os corações mais atentos.


Onde sem peso algum, posso pesar as escolhas e, sem enlouquecer, apenas virar a página e agradecer.


Diz o Dimitri, a escolha é sua, e eu respeito. Digo eu, a cria surpreendeu.


Aqui não tem distancia, não tem medo. Aqui é alegria, porque tem consciência da solidão.


Solidão existencial, necessária, que faz seguir em frente.


A solitude é a cama da inconsciência. Onde se deita confortável para se digerir aquilo que se viveu. Repouso de fato. Com sonhos e alguns pesadelos.


Lugar seguro, cheio de luz onde pode ser o que se é. E não precisa temer. Aqui ninguém mente. Somos só você, que sou eu.


Mas, em seu aconchego, não há muito a crescer. É preciso pegar na lida, encher o pote para voltar e começar de novo. Ver os amigos, compartilhar as solitudes dos outros, ou um pocket delas. É questão de segurança nacional. Não se revela de pronto. Se compartilha sem querer. Sem medir.


Nunca conheci uma pessoa tão transparente, mas sonho com isso faz tempo. Deve ser como dar um abraço em alguém querido. Sentir o peito cheio de uma plenitude invasora. Alguém completo que não precise se omitir. Que não consiga.


Me disseram que nesse mundo ninguém é santo, mas na minha solitude eu acredito que todos são, em potencial. E nem sabem! Caramba. E quem vai avisar?


A vida, acho. Milhões delas. Repetidamente. O Universo não cala, rege.


Acho que a paixão é essa ilusão. De que encontramos a pessoa transparente para nós. O amor deve chegar em seguida, quando vemos a transparência e aceitamos. E mais que isso. Deitamos e rolamos. Mesmo nas verrugas. Encontramos alegria, sorriso fácil e silêncio confortável. Raridade até para os experientes. Música sussurrada, olhar de alma. Colo quente, libido molhada.


Ai que saudade de você solitude. Como nos velhos tempos, com dezoito, dezenove. Na ponta, na corda, no palco, no céu. Na escolha pela preservação da vida alheia.


Volto a ter dezoito. Volto a ter sonhos. Volto a crer que a gente muda esse jogo sim, no segundo tempo do próximo milênio, mas tudo bem.


É uma esperança diferente. Sorriso alegre sem dente. De quem não pode ter tudo nessa vida, e por isso já fica contente. Quando se tem a si mesmo, tem-se quase tudo.

Comentários

Michele disse…
Minha irmã, espero que a esperança se mostre e se mantenha, como ela é, também sem arroubos de paixão, mas com a firmeza que tem o céu, que sabemos que está lá, dia a dia.
Amo vc

Postagens mais visitadas deste blog

Pequi. Ou seria um ouriço? Os Deuses gostam de espinho.

Tão comum na Planalto Central, região de cerrado, seu nome significa “fruta dos deuses” . Por todo lado existe algo de pequi. Isso, eu até sabia. Já havia sido alertada por especialistas. Lá na Vila Industrial, em Campinas, onde fica a editora que eu trabalhava tem a pastelaria do Japa, em frente ao mercadinho da Vila e eles servem pimenta com pequi. Desde a primeira vez fiquei apaixonada pelo sabor. Tem mais hot e mais suave. Mas até aí, era ele lá e eu aqui. Separados por um vidro com liquido dentro. Meus colegas especializados na frutinha porém, me perguntaram se eu conhecia pequi. Eu disse que sim, sem prever o que estaria por vir e ainda reafirmei que na pimenta era uma delícia, o trem. Calda Novas. Na viagem de ida para Brasília paramos em Caldas Novas. O paraíso de crianças e pessoas da melhor idade. Desde que engravidei sempre quis levar o Dimi lá. Nem sei porque, mas tenho essa idéia fixa. Em Fernando de Noronha também. Entramos para conhecer um clube de águas

Status

Parte de mim é amor e a outra é ilusão. O exercício de viver é alargar as margens da primeira até que a outra simplesmente vire a uma. Tem dias que somos mais a primeira, tem dias que estamos na fronteira. Tem dias que somos pura beira. Não cobro e não ligo, olho pro lado e digo: nem vem, que eu sei voltar pra lá. É uma maré que sobe e desce, movida pelos sentimentos que são movidos pelos pensamentos. Já fui tsunami, já fui lagoa, fá fui até sertão, mas eu sei, é tudo condição. É passageiro. Eu sou passageiro, e também o mar, e também o chão. Ah essa Tao evolução, que cresce dentro da desconstrução. Esse tudo que busca se preencher de nada. Essa divisão que nos insiste, condição de alma triste, de um ego que se alimenta e se maquia de presente. E a união ali latente, aguarda soberana o fundir do último átomo, o ruir da última ilusão. Metade de mim é vida, a outra metade é desconstrução. 

A BELEZA E A DUALIDADE DE TUDO

Hoje no finalzinho da tarde reservei uns minutos para o silêncio, a contemplação e a observação da natureza. Na verdade levei um livro pra passear, mas sem culpa. Chegando ao local, o Sol estava tão acolhedor, com um sorrisinho de lado porque nos fez pensar que ele não viria. O céu azul, com nuvens em camadas de diferentes tons formava um mosaico fofo d e texturas diversas que inspiravam a imaginação a pensar que a diferença de altura entre elas era enorme. Pensei em deixar o celular em casa, mas precisava dele para saber a hora de fechar o parque. Sendo assim, diante de um espetáculo de andorinhas, garças e em posse de uma câmera, nem pensei. Deitada esperando meu corpo secar de um mergulho coloquei a o celular a postos para traduzir um tico do espetáculo que meus olhos presenciavam. As andorinhas são um capítulo a parte. De uma delicadeza, precisão, perspicácia e agilidade de dar inveja. Tão delicadamente dando rasantes e plainando por entre os prédios como uma rota de di