Pular para o conteúdo principal

Mea culpa sem culpa

Algumas pessoas entendem apenas o que estão sentindo.  
São incapazes de se posicionar no lugar do outro e tentar ver pelos olhos que não os seus próprios.  Acho que isso é um exercício que se aprende na infância.
Quem não fez, cresce assim, achando que o mundo todo gira ao redor do seu próprio umbigo, no tempo e espaço dele.
Tempo e espaço são relativos. Relativos mesmo. Para todo mundo.
Não percebem que uma atitude mostra a outra pessoa, coisas que talvez nem seja o que esteja sentindo, mas É o que está mostrando ao mundo e É o que as pessoas vão entender.  
Cada ser humano carrega uma bagagem de vida que funciona como espécie de filtro para  absorver e fazer a leitura das coisas. E, muitas vezes, desconhecemos essa bagagem para pressupor que o outro nos lerá se não formos precisamente claros.  
Algumas relações têm, sim, o poder de ler o silêncio, as entrelinhas, o subtítulo e o prefácio, mesmo em silêncio, mas elas acontecem desde o começo sem a existência de jogos, interesses não declarados e disputas de ego.
Hoje entendo que ninguém é obrigado a adivinhar o motivo do meu silêncio, da minha ausência, da minha grosseria, da minha covardia, da minha dor, o tamanho dela, tampouco o meu amor, se eu não o declarar abertamente.
E de todas as culpas que eu possa carregar nessa vida, uma coisa eu sei: no tempo e da maneira exata que o outro esperava, ou não, mas, o mais rápido que eu puder ser, sempre fui sincera com aquilo que estavam me mostrando e com o que estava sentindo. Mesmo que isso significasse voltar atrás em 360º graus. Sou humana. Mudo e mudo por escolha, tão logo ela se torne consciente. E isso pode levar tempo e tropeços.
Se me mostraram amor, enxerguei amor, se me mostraram amizade, enxerguei amizade, se me mostraram medo ou, reflexo do meu próprio medo, enxerguei dor, e se me mostraram insegurança ou reflexo da minha própria, enxerguei ausência.
A gente magoa e se magoa sem querer, mas sempre que passa, olho para trás e vejo que só se magoa quem não foi sincero. Consigo ou com o outro. Quem diz tudo, ama, sofre, sente, sangra e chora, sai curado e livre. Pronto pra seguir em frente, porque sabe que em cada segundo esteve realmente ali.
Olhando por esse lado, o furacão se faz brisa, o Sol se faz calorzinho e a  amizade, mesmo que unilateral, se faz eterna. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pequi. Ou seria um ouriço? Os Deuses gostam de espinho.

Tão comum na Planalto Central, região de cerrado, seu nome significa “fruta dos deuses” . Por todo lado existe algo de pequi. Isso, eu até sabia. Já havia sido alertada por especialistas. Lá na Vila Industrial, em Campinas, onde fica a editora que eu trabalhava tem a pastelaria do Japa, em frente ao mercadinho da Vila e eles servem pimenta com pequi. Desde a primeira vez fiquei apaixonada pelo sabor. Tem mais hot e mais suave. Mas até aí, era ele lá e eu aqui. Separados por um vidro com liquido dentro. Meus colegas especializados na frutinha porém, me perguntaram se eu conhecia pequi. Eu disse que sim, sem prever o que estaria por vir e ainda reafirmei que na pimenta era uma delícia, o trem. Calda Novas. Na viagem de ida para Brasília paramos em Caldas Novas. O paraíso de crianças e pessoas da melhor idade. Desde que engravidei sempre quis levar o Dimi lá. Nem sei porque, mas tenho essa idéia fixa. Em Fernando de Noronha também. Entramos para conhecer um clube de águas

Status

Parte de mim é amor e a outra é ilusão. O exercício de viver é alargar as margens da primeira até que a outra simplesmente vire a uma. Tem dias que somos mais a primeira, tem dias que estamos na fronteira. Tem dias que somos pura beira. Não cobro e não ligo, olho pro lado e digo: nem vem, que eu sei voltar pra lá. É uma maré que sobe e desce, movida pelos sentimentos que são movidos pelos pensamentos. Já fui tsunami, já fui lagoa, fá fui até sertão, mas eu sei, é tudo condição. É passageiro. Eu sou passageiro, e também o mar, e também o chão. Ah essa Tao evolução, que cresce dentro da desconstrução. Esse tudo que busca se preencher de nada. Essa divisão que nos insiste, condição de alma triste, de um ego que se alimenta e se maquia de presente. E a união ali latente, aguarda soberana o fundir do último átomo, o ruir da última ilusão. Metade de mim é vida, a outra metade é desconstrução. 

QUE AS BOAS SEMENTES ENCONTREM O SOLO FÉRTIL

O sentimento que eu fico dessa eleição é que começamos sim a plantar algo diferente. O nosso projeto é ousado, exige destreza administrativa, habilidade em gestão pública, conhecimento de cidade. Tudo que o nosso candidato tem. Não é demagogia. Não precisa muito tempo pra entender isso. Dez, quinze minutos de conversa e você já saca.   Achávamos que nosso maior desafio seria o desconhecimento. Tonetti não é o cara de boteco, não é pastor, não frequenta enterro, não é demagogo. É um rapaz de técnica e de prática. Focado. Tem projetos. *nada contra botecos J Tonetti foi pra todo canto, mesmo com os ataques da oposição e sua velha política, seguíamos em frente. Tonetti aqui, Tonetti lá. Os ataques infundados se espalhavam pela cidade com o aval de veículos de comunicação a serviço do patrão e a nós restava continuar. Rodas de Conversa na pré-campanha e depois a mobilização nas ruas. Cada um era um semeador de ideias. Pouco a pouco, a sua aura, ainda construída pelo imaginár