Meus pés estão na linha do passado e os joelhos no futuro. É o fim dessa linha. Me ajoelhei para expressar.
Nesse momento reverencio cada existência que me deparei desde o nascimento.
Meus pais amados, meus irmãos. Avós, parentes e amigos. Todos, sem exceção. Os que briguei e os que brigaram comigo.
Agradeço aos "erros e acertos" que me trouxeram até aqui. Daqui em diante não haverá erros nem acertos, porque já sei que eles não existem. São matéria-prima da dualidade. Agora vão ser só experiências. E todas já nascerão abençoadas. Porque é assim que deve ser.
E tem sido.
Voltei para minha cidade natal para renascer de todas formas. Como filha, como mãe, irmã e amiga. E mulher. E ser humano. Sou diferente do que já fui e embora a mudança seja contínua, sei que foi uma curva de 90 graus e elas acontecem apenas algumas vezes na vida. A vida é circular, mas a vivência deve ser quadrada. Virei uma esquina dessa espiral chamada existência.
Obrigada universo. Eu me prostro diante de ti hoje para abraçar-te através do chão que eu piso e que toca infinitamente o azul celeste e dessa forma encosto em quase tudo, e te agradeço, e te abençoo e te mereço. Eu finalmente te mereço. Me enxergo e por isso, te alcanço.
Seremos um agora. Eu, você e os arcanjos.
Na minha pequenitude, tudo que eu puder vou fazer e me tonarei o maior que conseguir dentro de mim mesma e dentro de ti.
Encontrei meu lugar. Estou em trânsito. Sou um pirilampo humano.
Somos amantes e amados. Contemplando e contemplados. Somos objeto e somos o estudo. Somos vagos, somos mudos. Somos pouco, somos tudo.
Um amanhã se descortina para esse novo tipo de vida. E eu quero beber disso tudo, aos goles, bem devagarinho, degustando, inalando, observando e tocando o intocável, cheirando as cores, observando os sons e sinestesiando o meu corpo para que nada nele seja sectário. Quero cinco holísticos sentidos. Nem mocinho, nem bandido. Quero voar e quero ninho. Quero o meio do caminho. Assim será. Assim estou. Amém.
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