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QUE AS BOAS SEMENTES ENCONTREM O SOLO FÉRTIL

O sentimento que eu fico dessa eleição é que começamos sim a plantar algo diferente.
O nosso projeto é ousado, exige destreza administrativa, habilidade em gestão pública, conhecimento de cidade. Tudo que o nosso candidato tem.
Não é demagogia. Não precisa muito tempo pra entender isso. Dez, quinze minutos de conversa e você já saca.  
Achávamos que nosso maior desafio seria o desconhecimento. Tonetti não é o cara de boteco, não é pastor, não frequenta enterro, não é demagogo. É um rapaz de técnica e de prática. Focado. Tem projetos. *nada contra botecos J
Tonetti foi pra todo canto, mesmo com os ataques da oposição e sua velha política, seguíamos em frente. Tonetti aqui, Tonetti lá.
Os ataques infundados se espalhavam pela cidade com o aval de veículos de comunicação a serviço do patrão e a nós restava continuar. Rodas de Conversa na pré-campanha e depois a mobilização nas ruas. Cada um era um semeador de ideias.
Pouco a pouco, a sua aura, ainda construída pelo imaginário popular, fruto do 2º lugar nas eleições de 2012 tomava corpo e matéria. Muitos vieram pro nosso lado.
Em meio a uma crise nacional política, a um empobrecimento do debate político onde a classe média brasileira assume a dicotomia como forma de resolver algo que não entende, e não quer entender, seguimos em frente, “rasgando” rótulos, estigmas, movidos sim por um ideal e a certeza de sua valia para a cidade. Fomos soldados. Cada um de nós. Sem verbas exorbitantes, com toda sorte de desafios, tínhamos que avançar.  
Claro que a gente entra para ganhar, mas a política, por melhor que seja, depende para sutir resultado de um organismo vivo chamado cidade que é formada por pessoas, de diferentes percepções, universos, repertórios de vida expectativas e tradições.
A mídia nesse processo de construção não acompanha a velocidade da informação que nesse ano voou especialmente pelos zap zap’s. Mas, tal qual ela própria, as redes sociais também são reféns de informação desqualificada e tendenciosa. Mais confusão para a cabeça do eleitor.
É tanta fofoca, tanta crítica e o cidadão se perde na vontade de investigar quem é quem na novela da vida como ela é. Fica a descrença, o medo, o diz que me diz.
Ultimamente o “shownalismo” tem nos tolhido até mesmo o direito de ter expectativas. O que se ouve: crise, crise e crise. Não chamamos nossos jovens para pensar soluções, soluções e soluções. Isso não é crise, é crime! Contra o direito de se ter esperança.
E era contra isso que nós lutamos. Contra um discurso vazio, maldoso, sem proposições.
Crise, acredito, seria um dia em que semente alguma brotasse. Que nenhuma grota vertesse água. Crise seria se a vida não acontecesse mais, mas não é o caso. Ao menos ainda.
Temos recursos em quantidade ainda, mesmo que desperdiçados.
A economia é um conjunto de regras criadas por pessoas. Estratégias que podem ser alteradas. Se não são, é por falta de vontade ou habilidade política.
Vi pessoas de todas as idades, gênero e origem. Eram meninas, eram marmanjos, gente com lágrimas nos olhos dizendo que nunca pensaram em política, mas que a partir de agora irão se posicionar sobre as coisas. “Vou voltar a estudar pra defender o que eu acredito”, escutei da moça que soluçava tentando conter o choro. Ela havia mordido a maçã do empoderamento. Como ficar indiferente afinal? A mim só restava o arrepio. A certeza de que a urna define, mas não revela. Foi muito mais.   
Vi pessoas maravilhosas que estavam sem esperanças se unirem de novo, com projetos, metas, propostas. Ouvir o Tonetti e as pessoas envolvidas no Programa é ouvir que dá pra fazer. É ouvir que sim, tem jeito. E foi isso que verteu de tanta gente. Era sonho, esperança descendo maçã do rosto abaixo.   
Não perdemos a eleição. Nos politizamos mais. Criamos corpo e exercitamos nossa cidadania, saudando os vencedores com o coração aliviado e tomado de esperança. Em comum, perdemos todos para a indiferença, foram 30.067 abstenções, brancos e nulos.
O nosso plano de governo continua lá. Maturando. Sendo gestado ainda mais. Cheio de alma. Ele propõe vida. O tal do Direito à Cidade defendido por nosso candidato e por isso mesmo mais ambicioso que todos! Nele tiramos a roupa da cidade, desnudamos sua vocação. Abrimos o armário e mexemos em tudo que estava lá, cheirando a mofo. Tocamos em muitas feridas né Rabello? E vamos continuar assim. É a renovação.   
A renovação está aqui e ali. No coração de quem entendeu ser possível um outro jeito de governar. A quem já entendeu, cabe ensinar. E a cidade tem que querer porque tem que ter todo mundo pra ser bom. É como organizar uma grande festa que os convidados não vão. Tem que ir! Tem que ter galera, tem que ter entendimento, compartilhamento e ser plural.
Todas as mensagens que vi e recebi são de pessoas que já tem dentro de si uma sementinha plantada. Como disse o candidato Vermelho (Luiz).
Agora Valinhos, é trabalhar a terra para que dela possa brotar futuro.
Que a nossa esperança floresça em bons frutos e que as pessoas estejam juntas no espírito da proposição e da concretização.  
A renovação do jeito que a gente queria não deu, mas venceu a esperança e isso é um ótimo caminho.

E chuva? A, a chuva coroou bonito o dia seguinte, como quem lava a alma da cidade, preparando o porvir. 

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