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... deve ser a sinusite


Pode ser a sinusite. A cabeça não dói, mas pesa.Talvez um misto de culpa com saudades. Culpa porque minha consciência está desabrochando e começo a sentir o peso de minhas decisões. Aos 31. Nunca é tarde... Saudades porque eu sinto um sentir forte, com forma e densidade, mas não sei de quê. Mas a lembrança é doce. E tentando pregar os pés no chão, vôo. Quero me concentrar na dança, mas La Noyee me joga pra longe. E agora, La Claire Fontaine me arremessa pra esse lugar que não sei onde é. Com meu olfato de férias, minha audição está aguçada. Basta um tom e eu vou pra longe, vôo. Será que posso não voltar? Um GPS por favor. Deve ser a sinusite, ou o inverno. Que me arremessam pra dentro de mim, em lugares onde não me lembro de ter passado. Onde existe todo passado. De todos e o meu, ali. Onde entro e entendo cada criatura, da mais angelical a mais miniatura e vejo beleza em tudo, porque só há beleza. Não que a dor não doa. Não que a dúvida não aflija, mas passa. E passará sempre. Deve ser a sinusite que me lembra de respirar fundo, o melhor remédio do mundo. Deve ser o inverno, com céu azulzinho e meus lábios ardendo. Deve ser as crianças cantando A La Claire Fontaine. 

Comentários

Fa Fa disse…
Xan, adorei...
Parabéns pelo blog..
beijãooo flor
Fa

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Pequi. Ou seria um ouriço? Os Deuses gostam de espinho.

Tão comum na Planalto Central, região de cerrado, seu nome significa “fruta dos deuses” . Por todo lado existe algo de pequi. Isso, eu até sabia. Já havia sido alertada por especialistas. Lá na Vila Industrial, em Campinas, onde fica a editora que eu trabalhava tem a pastelaria do Japa, em frente ao mercadinho da Vila e eles servem pimenta com pequi. Desde a primeira vez fiquei apaixonada pelo sabor. Tem mais hot e mais suave. Mas até aí, era ele lá e eu aqui. Separados por um vidro com liquido dentro. Meus colegas especializados na frutinha porém, me perguntaram se eu conhecia pequi. Eu disse que sim, sem prever o que estaria por vir e ainda reafirmei que na pimenta era uma delícia, o trem. Calda Novas. Na viagem de ida para Brasília paramos em Caldas Novas. O paraíso de crianças e pessoas da melhor idade. Desde que engravidei sempre quis levar o Dimi lá. Nem sei porque, mas tenho essa idéia fixa. Em Fernando de Noronha também. Entramos para conhecer um clube de águas

Status

Parte de mim é amor e a outra é ilusão. O exercício de viver é alargar as margens da primeira até que a outra simplesmente vire a uma. Tem dias que somos mais a primeira, tem dias que estamos na fronteira. Tem dias que somos pura beira. Não cobro e não ligo, olho pro lado e digo: nem vem, que eu sei voltar pra lá. É uma maré que sobe e desce, movida pelos sentimentos que são movidos pelos pensamentos. Já fui tsunami, já fui lagoa, fá fui até sertão, mas eu sei, é tudo condição. É passageiro. Eu sou passageiro, e também o mar, e também o chão. Ah essa Tao evolução, que cresce dentro da desconstrução. Esse tudo que busca se preencher de nada. Essa divisão que nos insiste, condição de alma triste, de um ego que se alimenta e se maquia de presente. E a união ali latente, aguarda soberana o fundir do último átomo, o ruir da última ilusão. Metade de mim é vida, a outra metade é desconstrução. 

QUE AS BOAS SEMENTES ENCONTREM O SOLO FÉRTIL

O sentimento que eu fico dessa eleição é que começamos sim a plantar algo diferente. O nosso projeto é ousado, exige destreza administrativa, habilidade em gestão pública, conhecimento de cidade. Tudo que o nosso candidato tem. Não é demagogia. Não precisa muito tempo pra entender isso. Dez, quinze minutos de conversa e você já saca.   Achávamos que nosso maior desafio seria o desconhecimento. Tonetti não é o cara de boteco, não é pastor, não frequenta enterro, não é demagogo. É um rapaz de técnica e de prática. Focado. Tem projetos. *nada contra botecos J Tonetti foi pra todo canto, mesmo com os ataques da oposição e sua velha política, seguíamos em frente. Tonetti aqui, Tonetti lá. Os ataques infundados se espalhavam pela cidade com o aval de veículos de comunicação a serviço do patrão e a nós restava continuar. Rodas de Conversa na pré-campanha e depois a mobilização nas ruas. Cada um era um semeador de ideias. Pouco a pouco, a sua aura, ainda construída pelo imaginár