Pular para o conteúdo principal

Diga não à invisibilidade

De repente me peguei pensando, quando é que nos tornamos invisíveis para as pessoas que amamos e quando é que elas se tornam invisíveis para nós?
Será que essa “arte” de não invisibilizar deveria ser ensinada nos seios familiares, ou quem sabe na escola?
Hoje, quando cheguei em casa da rua e estava pensando em colocar o celular o mais rápido possível para carregar, pois aguardava um telefonema muito especial, passei por meu pai, escutei o que ele tinha a dizer, mas fui tão pragmática que fiquei assustada. Poderia ter agradecido mais pelo recado, pela preocupação, por ele simplesmente ter se proposto a me dizer algo? Logo eu que cobrei sua atenção metade da minha adolescência.
Acho que é uma falha emocional de alguns (eu) pautar a vida pelo momento. Claro que meu pai tem cadeira cativa na minha vida, mas então caramba, por que não me dedicar a ouvi-lo com todo carinho, atenção, sentindo aquilo que está me dizendo. Sei que daqui a cinco minutos ele pode repetir a mesma estória que me dediquei a ouvir e vou surtar na terceira vez em que ouvi-la, mas essa coisa de invisibiliadade é mais profunda. Se refere aos relacionamentos e às relações em geral. Os casais, nem se fale. Depois de um tempo e eu diria pouco tempo, as pessoas acreditam que são posses do outro e deixam de cumprir aquele ritual de amabilidade tão em evidência no começo das relações. Deixam de dizer “oi” se olhando nos olhos, como fazem os amantes, de pegar na mão e trocar energia, de acariciar...meu Deus, o mundo seria bem melhor! Se tocar. Os pais e os filhos. Tamanha intimidade das relações, principalmente entre mães e filhos que um tem liberdade pra dizer ao outro que está com mau hálito, mas em muitos casos, nunca proferiram a palavra amor entre si.
Seria o amor algo ensinável? Algo começa a dizer que sim dentro de mim. Toda essa busca pelo poder que se materializa em violência e corrupção, não seria apenas um pedido de socorro, de desamor, de ausência de paixão???
Por favor pessoas, segurem mais o trânsito quando o sinal abrir beijando a boca de seus maridos, fazendo caretas para seus filhos no banco de trás que nessa hora já estão gargalhando. Leve sua avó para escada rolante. Ela tem pavor, mas, se superar o trauma será o grande fato dos últimos anos em sua vida. Encare a barata nos olhos antes de correr em busca de socorro pela vizinhança. Viva, ame, adore, quem sabe essa engrenagem amor só precise de um empurrãozinho para não parar mais? Sejamos esse start, sejamos esses sonhadores, esses soldados, que vão pra guerra da solidão munidos de paixão e de afeto. Afeto por tudo, pelo certo. Afeto pela vida, afeto pelo afeto. Ao infinito e além! Para o alto e avante! Jogando tinta rubra na invisibilidade, o amor vencerá. Chega mais você, junte-se a esse exército, mas cuidado, uma vez dentro, impossível esquecer como é ser feliz. Viva o amor!

Comentários

Miguel Beirigo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel Beirigo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.

Postagens mais visitadas deste blog

Pequi. Ou seria um ouriço? Os Deuses gostam de espinho.

Tão comum na Planalto Central, região de cerrado, seu nome significa “fruta dos deuses” . Por todo lado existe algo de pequi. Isso, eu até sabia. Já havia sido alertada por especialistas. Lá na Vila Industrial, em Campinas, onde fica a editora que eu trabalhava tem a pastelaria do Japa, em frente ao mercadinho da Vila e eles servem pimenta com pequi. Desde a primeira vez fiquei apaixonada pelo sabor. Tem mais hot e mais suave. Mas até aí, era ele lá e eu aqui. Separados por um vidro com liquido dentro. Meus colegas especializados na frutinha porém, me perguntaram se eu conhecia pequi. Eu disse que sim, sem prever o que estaria por vir e ainda reafirmei que na pimenta era uma delícia, o trem. Calda Novas. Na viagem de ida para Brasília paramos em Caldas Novas. O paraíso de crianças e pessoas da melhor idade. Desde que engravidei sempre quis levar o Dimi lá. Nem sei porque, mas tenho essa idéia fixa. Em Fernando de Noronha também. Entramos para conhecer um clube de águas

Status

Parte de mim é amor e a outra é ilusão. O exercício de viver é alargar as margens da primeira até que a outra simplesmente vire a uma. Tem dias que somos mais a primeira, tem dias que estamos na fronteira. Tem dias que somos pura beira. Não cobro e não ligo, olho pro lado e digo: nem vem, que eu sei voltar pra lá. É uma maré que sobe e desce, movida pelos sentimentos que são movidos pelos pensamentos. Já fui tsunami, já fui lagoa, fá fui até sertão, mas eu sei, é tudo condição. É passageiro. Eu sou passageiro, e também o mar, e também o chão. Ah essa Tao evolução, que cresce dentro da desconstrução. Esse tudo que busca se preencher de nada. Essa divisão que nos insiste, condição de alma triste, de um ego que se alimenta e se maquia de presente. E a união ali latente, aguarda soberana o fundir do último átomo, o ruir da última ilusão. Metade de mim é vida, a outra metade é desconstrução. 

A BELEZA E A DUALIDADE DE TUDO

Hoje no finalzinho da tarde reservei uns minutos para o silêncio, a contemplação e a observação da natureza. Na verdade levei um livro pra passear, mas sem culpa. Chegando ao local, o Sol estava tão acolhedor, com um sorrisinho de lado porque nos fez pensar que ele não viria. O céu azul, com nuvens em camadas de diferentes tons formava um mosaico fofo d e texturas diversas que inspiravam a imaginação a pensar que a diferença de altura entre elas era enorme. Pensei em deixar o celular em casa, mas precisava dele para saber a hora de fechar o parque. Sendo assim, diante de um espetáculo de andorinhas, garças e em posse de uma câmera, nem pensei. Deitada esperando meu corpo secar de um mergulho coloquei a o celular a postos para traduzir um tico do espetáculo que meus olhos presenciavam. As andorinhas são um capítulo a parte. De uma delicadeza, precisão, perspicácia e agilidade de dar inveja. Tão delicadamente dando rasantes e plainando por entre os prédios como uma rota de di