O prédio suntuoso, ali, no centro da praça lisinha, faz dele ainda maior e mais belo.
Excitados pela idéia de ver o acervo nacional seguimos curiosos.
Entramos e os guardas disseram: “só podem ver aqui ao lado e o 2º andar”
O Xandão me avisou que também no prédio fica o governo do DF em transição, por isso tanta segurança.
Entramos felizes, climão bacana de quem está diante de um gigante respeitável.
Pisamos na sala de estudos, pessoas estavam navegando na internet. De cara o rangido: inhéééééc, ínhéééééc, inhéééééc. Nós nos olhamos assustados. Estávamos incomodando o pessoal, que feio! Sim, mas as lajotas de granito do chão estavam soltas e conforme caminhávamos, já como dois bailarinos russos, o inhéééééc, inhéééééc soava certeiro.
E estava todo assim. O piso da sala de estudos tooooodo solto sem contra piso. Nosso gigante estava de havaianas e bermuda rasgada na bunda.
Subimos então com sorriso nos cantos dos lábios torcendo para que aquilo fosse um incidente provisório. Perguntei ao guarda: “está em reforma?” e ele “Não. Não está não”.
Subimos e o 2º andar era grande e um guarda e uma moça guardavam o local. A moça, educada, deve ter feito biblioteconomia, prestado concurso e agora, jazia ali, seus domingos pedindo para fazermos silêncios ao adentrar a sala de estudos.
Perguntei para ela onde ficava o acervo. Ela nos olhou meio sem graça num tom baixinho e disse que eram “aqueles ali” (uns trinta ou cinqüenta livros infanto juvenis) estavam disponíveis para retirada, mas advertia: “só se estivéssemos cadastrados”.
Eu insisti: “e o acervo?” Ela apontou uma sala com menos livros do que minha escola primária, o Rio Branco lá em Campinas, e disse: “aqueles não podem ser retirados pois não estão cadastrados no sistema. Dependemos de uma verba do governo para fazer esse trabalho.” E insistiu: “Se querem conhecer as salas de estudos, sem barulho hein”.
Dentro de mim fazia um puta barulhão. Vi pessoas ali estudando, num lugar fora de mão e sem livros. Acho que era gente que dividia apartamento com pessoas muito indesejáveis para estarem ali, naquela ilha absurda.
Voltamos, nos despedimos da cinderela solitária de tranças da Biblioteca Nacional e descemos.
Alíás, por pouco não descemos. Os elevadores não respondiam. Um deu ar da graça.
Entramos e adivinha? Sim, eu desci de rapel de helicóptero de ponta cabeça e fiz combate ao fogo, mas barata e elevador em pane são duas coisas que mexem comigo.
Chamei o alerta e em segundos o troço desceu.
Ufa, saímos da Biblioteca Nacional. O grande fiasco.
A Carry (Sex in The City) quis se casar na Biblioteca de Nova York e não deu boa coisa.
Imagine se casasse em Brasília, na Nacional!
Esse era mais um membro desse gigante sem alma. As vezes eu odiava toda aquela imponência vã, e as vezes sentia pena.
Excitados pela idéia de ver o acervo nacional seguimos curiosos.
Entramos e os guardas disseram: “só podem ver aqui ao lado e o 2º andar”
O Xandão me avisou que também no prédio fica o governo do DF em transição, por isso tanta segurança.
Entramos felizes, climão bacana de quem está diante de um gigante respeitável.
Pisamos na sala de estudos, pessoas estavam navegando na internet. De cara o rangido: inhéééééc, ínhéééééc, inhéééééc. Nós nos olhamos assustados. Estávamos incomodando o pessoal, que feio! Sim, mas as lajotas de granito do chão estavam soltas e conforme caminhávamos, já como dois bailarinos russos, o inhéééééc, inhéééééc soava certeiro.
E estava todo assim. O piso da sala de estudos tooooodo solto sem contra piso. Nosso gigante estava de havaianas e bermuda rasgada na bunda.
Subimos então com sorriso nos cantos dos lábios torcendo para que aquilo fosse um incidente provisório. Perguntei ao guarda: “está em reforma?” e ele “Não. Não está não”.
Subimos e o 2º andar era grande e um guarda e uma moça guardavam o local. A moça, educada, deve ter feito biblioteconomia, prestado concurso e agora, jazia ali, seus domingos pedindo para fazermos silêncios ao adentrar a sala de estudos.
Perguntei para ela onde ficava o acervo. Ela nos olhou meio sem graça num tom baixinho e disse que eram “aqueles ali” (uns trinta ou cinqüenta livros infanto juvenis) estavam disponíveis para retirada, mas advertia: “só se estivéssemos cadastrados”.
Eu insisti: “e o acervo?” Ela apontou uma sala com menos livros do que minha escola primária, o Rio Branco lá em Campinas, e disse: “aqueles não podem ser retirados pois não estão cadastrados no sistema. Dependemos de uma verba do governo para fazer esse trabalho.” E insistiu: “Se querem conhecer as salas de estudos, sem barulho hein”.
Dentro de mim fazia um puta barulhão. Vi pessoas ali estudando, num lugar fora de mão e sem livros. Acho que era gente que dividia apartamento com pessoas muito indesejáveis para estarem ali, naquela ilha absurda.
Voltamos, nos despedimos da cinderela solitária de tranças da Biblioteca Nacional e descemos.
Alíás, por pouco não descemos. Os elevadores não respondiam. Um deu ar da graça.
Entramos e adivinha? Sim, eu desci de rapel de helicóptero de ponta cabeça e fiz combate ao fogo, mas barata e elevador em pane são duas coisas que mexem comigo.
Chamei o alerta e em segundos o troço desceu.
Ufa, saímos da Biblioteca Nacional. O grande fiasco.
A Carry (Sex in The City) quis se casar na Biblioteca de Nova York e não deu boa coisa.
Imagine se casasse em Brasília, na Nacional!
Esse era mais um membro desse gigante sem alma. As vezes eu odiava toda aquela imponência vã, e as vezes sentia pena.
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